MAIS RÁPIDO QUE A LUZ?
Uma conseqüência importante do fato de que a velocidade da luz é constante é que nenhum objeto material pode se mover mais rápido que a luz. Se qualquer objeto pudesse acelerar de um sereno passo ordinário a uma precipitada velocidade maior do que a da luz, poderia superar um raio de luz a sua frente, ultrapassá-lo e deixá-lo no seu rastro. A aparente velocidade da luz para alguém que estivesse nesse objeto iria decrescer, ir a zero, e eventualmente aumentar na direção negativa; isso seria uma flagrante violação dos resultados experimentais, que exige que qualquer observador deve sempre observar a mesma velocidade da luz, não importa a situação. Por isso a teoria da relatividade proíbe qualquer coisa que cruze a barreira da velocidade da luz. Indo de baixo para cima de 300.000 km/s não é permitido. Realmente, ao contrário do que é ás vezes erroneamente dito, a teoria da relatividade não elimina a existência de partículas ou objetos que caminhem mais rápido que a luz. O que é proibido é cruzar a barreira da velocidade da luz O interdito se aplica a ambas direções. Não é mais permitido ir de uma velocidade mais baixa do que a da luz a uma que seja mais alta. Os físicos de fato deram uma nome para designar partículas que caminham mais rápidas do que a luz; ele as apelidaram "tachyons," que significa "rápido" em grego.
Até agora, os tachyons existem somente na imaginação fértil dos pesquisadores. E é até bom, porque a existência de tais partículas causaria muitos paradoxos em física. Viajando mais rápido que a luz levaria você para o passado, o que violaria o princípio da causalidade. Estamos acostumados a ver as causas ocorrerem antes dos efeitos, as ações precederem seus resultados. Um ovo quebra porque batemos de leve em sua casca. Uma folha se solta duma árvore porque o vento sopra em rajadas. Um prego penetra a madeira de uma cadeira porque batemos nele com um martelo. Um alvo se estilhaça porque miramos nele. Eu vim ao mundo porque minha avó deu origem a meu pai, que por sua vez me concebeu. Se a relatividade deixasse o tempo arbitrário de lado e desse a cada um de nós nosso próprio tempo individual, uma pergunta viria inevitavelmente ao espírito: Pode também ele rearranjar a ordem dos eventos, fazendo que o efeito venha antes da causa, forçar o prego a entrar antes que ele seja batido pelo martelo, ou me permitir nascer antes de meu avô? Felizmente, para nosso bem estar psicológico, a relatividade não pode alterar a ordem dos eventos quando se trata de objetos que caminham abaixo da velocidade da luz. Em nosso mundo, o alvo é sempre estilhaçado após a bala ter deixado a espingarda, nunca ao contrário. Mais precisamente, o tempo relativístico é elástico, e o intervalo de tempo que separa o momento que a bala emerge da arma e aquele quando ela atinge o alvo varia com a velocidade do observador e com a intensidade do campo gravitacional no qual ele está. Mas a causa sempre precede o efeito.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
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