sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O TÚNEL PARA O BURACO NEGRO


Jules continua sua espiral descendente em direção ao horizonte do buraco negro. O esplendor do céu estrelado enche-o de medo. Muito longe do buraco negro o disco de gás que o circunda forma uma espécie de chão escuro diretamente abaixo do foguete, enquanto o céu acima está completamente claro e cintila com inumeráveis estrelas. Ma à medida que Jules fica mais próximo do buraco negro, a escuridão, que em princípio se estirava somente sobre o disco, se espalha sobre todo o espaço em torno de cápsula. É como se a escuridão estivesse se fechando sobre ele. Agora podemos ver o céu estrelado somente através de uma estreita abertura circular acima de sua cápsula. Ele sente como se estivesse precipitando num longo túnel cuja abertura fica cada vez mais estreita. O motivo pelo qual a escuridão espalha seu véu sobre Jules é que o intenso campo de gravidade do buraco negro captura os raios de luz do mundo exterior e concentra-os num feixe estreito que converge acima da cápsula espacial. Em vez de seguir trajetórias horizontais ou oblíquas, os raios de luz são forçados pela gravidade a seguir ao longo de caminhos verticais. A luz visível se torna em raios-X. Jules já não pode admirar suas estrelas favoritas com seus próprios olhos, mas pode ainda facilmente vê-las com seu telescópio de raios-X de bordo.

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